Cultivo de Temperos:::

 

Alface, Lactuca sativa, ,

Foto: Rita Barreto

  • Nome Científico: Lactuca sativa
  • Nome Popular: Alface
  • Família: Asteraceae
  • Divisão: Angiospermae
  • Origem: Leste do Mediterrâneo
  • Ciclo de Vida: Anual

A alface é uma hortaliça anual de seiva leitosa, tipicamente de inverno, cultivada há milhares de anos e que sofreu intenso melhoramento genético até chegarmos nas variedades atuais. Hoje em dia há inúmeras variedades, de características diversas e que propiciam o cultivo o ano inteiro. As principais variedades agrupam-se em alfaces de cabeça crespa, de cabeça lisa, romana, de folha e de haste. As variedades mais importantes comercialmente encaixam-se nos dois primeiros grupos, embora as demais sejam bastante conhecidas e populares em hortas domésticas também.

As alfaces em geral apresentam folhas macias, grandes, de sabor suave e refrescante, que crescem em volta do caule pequeno(em roseta), podendo ser lisas ou crespas, formando ou não uma cabeça e podem apresentar diversas tonalidades de verde e roxo-bronzeado. Seu sistema radicular é delicado, muito ramificado e superficial. A floração ocorre no verão, estimulada pelos dias longos. Os frutos da alface são do tipo aquênio e se apresentam pontiagudos, de formato oval, elíptico ou espatulado com estrias longitudinais na superfície e comprimento variável de 2 a 5 mm.

As alfaces apresentam elevado conteúdo em vitaminas, minerais e água, são pobres energéticamente e prestam-se a inúmeros pratos culinários, sendo consumida crua em saladas e sucos ou cozida em sopas, refogados, e outros pratos salgados. Cada 100 gr de alface contém apenas 15 kcal o que a torna uma alimento importante em dietas de restrição calórica. As alfaces são muito perecíveis e estragam-se rapidamente se mal conservadas ou manipuladas inadequadamente.

Deve ser cultivada sob sol pleno, protegidas nas horas mais quentes do dia. Multiplica-se por sementes postas a germinar em bandejas preparadas para a formação das mudas, que serão transplantadas ao local definitivo. Pode-se plantar também diretamente no local definitivo. Neste caso as sementes devem ser cobertas com serragem fina ou outra cobertura até a germinação, quando então a cobertura deve ser retirada. O solo para o plantio deve ser convenientemente preparado, sendo que as alfaces apreciam solos soltos, férteis e ricos em matéria orgânica.

Os canteiros devem ser elevados em pelo menos 15 cm, e previamente calados e adubados. A irrigação deve ser diária, pela manhã ou à tardinha. O espaçamento entre as plantas após o transplante deve respeitar 30 cm ou mais. Muitas doenças e pragas podem acometer as alfaces, que são sensíveis. Para prevenir podemos pulverizá-las com calda de fumo 10 dias após o transplante, remover as plantas daninhas regularmente e realizar rotação com outras culturas.

O cultivo hidropônico da alface também é muito interessante comercialmente, onde as plantas são mantidas em ambientes protegidos e recebem solução nutritiva para seu completo desenvolvimento em ausência de terra. Plantas cultivadas hidropônicamente exigem intensos cuidados, são mais duráveis, dispensam a lavagem e geram boa rentabilidade.

Em geral a colheita é feita entre 50 e 70 dias após a semeadura. As plantas não devem apresentar nenhum indício de início de florescimento, pois tornam-se impróprias, ficando amargas. Nesta ocasião devemos cortar a planta inteira pela base com uma faca limpa, remover as folhas danificadas e murchas e lavá-las em água corrente para então armazená-las em refrigerador.

Medicinal
  • Indicações: Insônia, nervosismo, agitação, conjuntivite, reumatismo, problemas gastro-intestinais, gases.
  • Propriedades: Calmantes, sedativas, antiácida, anti-reumática, calmante do estômago, diurética, eupéptica, laxante (leve).
  • Partes usadas: Folhas, raízes e seiva.

 

 

Alecrim, Rosmarinus officinalis, Rosmarinus latifolius, , alecrim-de-jardim, alecrim-rosmarino, libanotis, alecrim-da-horta, alecrim-de-cheiro, alecrim-rosmarinho, alecrim-rosmarino, alecrinzeiro, erva-da-graça, rosmarino
  • Nome Científico: Rosmarinus officinalis
  • Sinonímia: Rosmarinus latifolius
  • Nome Popular: Alecrim, alecrim-de-jardim, alecrim-rosmarino, libanotis, alecrim-da-horta, alecrim-de-cheiro, alecrim-rosmarinho, alecrim-rosmarino, alecrinzeiro, erva-da-graça, rosmarino
  • Família: Lamiaceae
  • Divisão: Angiospermae
  • Origem: Europa (Mediterrâneo)
  • Ciclo de Vida: Perene

O alecrim é uma espécie arbustiva, muito ramificada, que pode alcançar 1,5 metros de altura. Seu nome científico Rosmarinus significa em latim "orvalho que vem do mar", essa denominação foi dada pelos romanos devido ao aroma da planta, que vegetava espontaneamente em regiões litorâneas.

As hastes do alecrim são lenhosas e as folhas são filiformes, pequenas e sempre verdes na parte superior e esbranquiçadas no verso, com pêlos finos e curtos. As flores são axilares e podem ser azuis, brancas, roxas ou róseas. Floresce durante o ano todo. São muitas as variedades de alecrim, com porte maiores ou menores e cores diferentes de folhas e flores.

  O alecrim é indispensável nos jardins mediterrâneos. E podemos plantar variedades arbustivas que servem inclusive para topiaria ou variedades com porte herbáceo, para canteiros e bordaduras. É uma planta extremamente útil, pois têm vocação medicinal, religiosa e culinária. Pode ser acrescentado fresco ou seco à pratos de frango, porco, cordeiro, cabrito, vitela e caça, além de aromatizar óleos, sopas, sucos, etc.

Medicinal
  • Indicações: Reumatismo, depressão, cansaço, gases intestinais, debilidade cardíaca, inapetência, cicatrização de feridas.
  • Propriedades: Estimulante, anti-espasmódico, vasodilatador, anti-séptico e digestivo.
  • Partes usadas:  Flores e folhas

 

 

Manjericão, Ocimum basilicum, , , alfavaca, alfavaca-de-jardim, alfavaca-doce, basilicão, basílico, manjericão-de-molho, manjericão-doce, manjericão-grande, erva-real, alfavaca-cheirosa, alfavaca-d’américa, manjericão-branco, manjericão-de-folha-larga
  • Nome Científico: Ocimum basilicum
  • Nome Popular: Manjericão, alfavaca, alfavaca-de-jardim, alfavaca-doce, basilicão, basílico, manjericão-de-molho, manjericão-doce, manjericão-grande, erva-real, alfavaca-cheirosa, alfavaca-d’américa, manjericão-branco, manjericão-de-folha-larga
  • Família: Lamiaceae
  • Divisão: Angiospermae
  • Origem: Índia
  • Ciclo de Vida: Perene

O manjericão é uma planta herbácea, aromática e medicinal, conhecida desde a antiguidade pelos indianos, gregos, egípcios e romanos. Ele é envolto de cultura espiritual e simbologismos, sendo, inclusive, considerado sagrada entre alguns povos hindus, por representar Tulasi, esposa do deus Vishnu. Está relacionado com sentimentos de ódio, amor e luto, mas com certeza é mais amplamente conhecido pelos seus poderes culinários.

O manjericão apresenta caule ereto e ramificado, e atinge cerca de 0,5 a 1 metro de altura. Suas folhas são delicadas, ovaladas, pubescentes e de cor verde-brilhante. As inflorescências são do tipo espiga e compostas por flores brancas, lilases ou avermelhadas. Sua polinização é cruzada e os frutos são do tipo aquênio, de coloração preto-azulada. Ocorrem mais de 60 variedades diferentes de manjericão, com variações na cor, tamanho e forma das folhas, porte da planta e concentração de aroma.

As folhas do manjericão apresentam sabor e aroma doce e picante característico. Elas são utilizadas secas ou frescas na preparação de diversos pratos quentes ou frios, e estão intimamente relacionadas à gastronomia italiana, onde são matéria prima principal de pestos e molhos. O manjericão combina-se perfeitamente com pratos que levam tomate, azeite, limão, carnes vermelhas, massas e queijos. Ele também é produzido em larga escala para a extração de óleo essencial, que é utilizado na indústria de alimentos, bebidas, perfumaria e outros produtos.

Deve-se cultivá-lo sob sol pleno, em solo fértil, bem drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Pode ser plantado em vasos, ou diretamente em canteiros adubados. Suas pequenas flores atraem abelhas e o lugar ideal para o plantio do manjericão é próximo a cozinha, onde ficará disponível ao cozinheiro. Não tolera frio, geadas ou calor excessivo. Aprecia o clima subtropical, tropical e mediterrâneo. Não suporta muitas colheitas subseqüentes, exigindo o replantio. Multiplica-se facilmente por estacas de ponteiro, postas a enraizar na primavera ou por sementes.

Medicinal
  • Indicações: Infecções da pele e vias respiratórias, rachaduras nos mamilos, bronquite, cólicas, febres, flatulência, insônia, problemas digestivos, reumatismo.
  • Propriedades: Analgésica, antitérmica, antiséptica, digestiva, emenagoga, expectorante, sedativa.
  • Partes usadas:  Folhas.

 

Coentro, Coriandrum sativum, Selinum coriandrum, , Coentro-português, Cilantro, Coriandro, Erva-percevejo, Salsinha

Foto: Yoppy

  • Nome Científico: Coriandrum sativum
  • Sinonímia: Selinum coriandrum
  • Nome Popular: Coentro, Coentro-português, Cilantro, Coriandro, Erva-percevejo, Salsinha
  • Família: Apiaceae
  • Divisão: Angiospermae
  • Origem: Região Mediterrânea
  • Ciclo de Vida: Anual

O coentro é uma planta herbácea e anual, conhecida por condimentar diferentes preparações culinárias no mundo todo. Além do sabor peculiar, esta erva possui propriedades medicinais comprovadas. Apresenta porte baixo, com cerca de 50 cm de altura, raíz branca alongada e ramos delicados e ramificados. As folhas são aromáticas, verdes e de formas variadas, sendo as da base lobadas e as do ápice divididas em finos segmentos. As flores são pequenas, assimétricas e bonitas, de cor branca ou levemente rosada, e surgem em inflorescências do tipo umbela. As sementes, aromáticas também, são contidas em frutos do tipo diaquênio, esféricos, secos, ásperos e marrons.

As folhas frescas da planta são utilizadas para temperar e adornar pratos de peixe, aves, feijão, legumes, sopas, arroz, massas, molhos e saladas. Elas acrescentam sabor e frescor a pratos de diversas culturas, como na cozinha mexicana, portuguesa, brasileira, indiana, chinesa, entre muitas outras. As sementes têm sabor adocidado, cítrico, picante e intenso, diverso das folhas. Elas perfumam e saborizam pães, biscoitos, carnes, linguiças, salsichas, saladas, picles, licores, cervejas de trigo, etc. As raízes também são aproveitadas na culinária, em especial a chinesa.

Este tempero de todos os povos não pode faltar na horta doméstica. Suas qualidades não param por aí: ela também é cultivada desde a antiguidade por suas propriedades medicinais também. Como se não bastasse, ainda é ornamental, e suas flores e folhagem graciosas podem formar belos maciços e bordaduras. Também pode ser plantado em vasos e jardineiras.

Deve ser cultivado sob sol pleno ou meia sombra, em solo fértil, leve, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado periodicamente. É capaz de resistir a curtos períodos de estiagem, mas não tolera encharcamentos. Multiplica-se facilmente por sementes, semeadas diretamente no local definitivo e em canteiros elevados em pelo menos 15 cm. O ciclo até o início da colheita é de 50 dias no verão e 70 dias no inverno. As sementes devem ser colhidas dos frutos bem maduros, já marrons e secos.

 

Medicinal
  • Indicações: Acne, dores articulares, reumatismo, contispações, insônia, depressão, afecções do estômago.
  • Propriedades: Antioxidante, ansiolítico, calmante, diurética, tônica, estimulante, carminativa, digestiva.
  • Partes usadas: Toda a planta.

 

 

Hortelã, Mentha sp, , , hortelã-pimenta, menta, hortelã-comum, hortelã-de-cheiro, hortelã-rasteira

Foto: Christiane Calderan

  • Nome Científico: Mentha sp
  • Nome Popular: Hortelã, hortelã-pimenta, menta, hortelã-comum, hortelã-de-cheiro, hortelã-rasteira
  • Família: Lamiaceae
  • Divisão: Angiospermae
  • Origem: América do Norte, Austrália e Ásia
  • Ciclo de Vida: Perene

Chamamos de hortelã, as espécies do gênero Mentha e seus híbridos sendo que as mais cultivadas são a Mentha arvensis e a híbrida Mentha x piperita. A hortelã é uma erva mundialmente conhecida e largamente utilizada na indústria farmacêutica, cosmética e de alimentos, seja como planta medicinal ou como aromatizante. As folhas são oval-lanceoladas e serrilhadas, de cor verde a arroxeada, um tanto pilosas e têm um forte aroma refrescante. De seu óleo essencial se extrai o mentol. As flores são numerosas e roxas e se apresentam em inflorescências terminais do tipo espiga.

É indispensável na Culinária Árabe, temperando diversos pratos, como esfirras, quibe e tabule. A aplicação da hortelã na culinária contemporânea também aumenta a cada dia em combinações inusitadas e saborosas, como sorvetes, sucos, drinques e doces. As hortas domésticas merecem esta valiosa plantinha, que tem diversas utilizações, seja na medicina popular, seja na cozinha. É contra-indicada para crianças pequenas e mulheres grávidas e lactantes.

Seu cultivo é fácil, pois ela é muito rústica. O solo deve ser fértil e enriquecido com matéria orgânica para uma boa produção. As regas devem ser regulares, deixando o solo permanentemente úmido, porém sem encharcamento. Tolera geadas. Multiplica-se facilmente por rizomas, sementes e divisão da planta.

Medicinal
  • Indicações: Alterações gastro-intestinais, mau-hálito, verminoses, problemas respiratórios.
  • Propriedades: Analgésica, expectorante, anti-helmíntica, descongestionante, anti-séptico, antiinflamatória, anti-espasmódica.
  • Partes usadas:  Folhas.